Especialistas dizem que dieta saudável e exercícios são melhores métodos.
Magreza excessiva pode ser tanto genética como patológica.
A tentativa de engordar rápido e disfarçar pernas e braços finos leva muitas pessoas a se precipitar quanto à estratégia correta para ganhar peso. Preocupadas em números mais interessantes na balança, muitas utilizam remédios e iniciam dietas com muitas calorias, nem sempre com atenção voltada à saúde.
"Frituras e doces podem exigir mais trabalho digestivo para o organismo, mais gasto de energia e, no fim, chances menores para formação gordura e músculos ausentes", explica Virgínia Nascimento, nutricionista clínica e vice-presidente da Asssociação Brasileira de Nutrição (ASBRAN).
É o caso de Izabela Conceição da Silva, de 27 anos. "Eu ficaria satisfeita com 56 ou 58 quilos. Vou ganhar o meu peso e depois vou ver colesterol, essas coisas", diz a técnica em radiologia na cidade de Silva Jardim (RJ).
O cuidado com gorduras e o controle no aumento do colesterol HDL e dos triglicérides são preocupações dos especialistas ao tratar pacientes com baixo peso. "A dieta adequada deve conter vitaminas e minerais, calorias que podem ser aumentadas e não simplesmente açúcar e gordura", explica Virgínia.
Izabela tem 1,72 metro e já chegou a pesar 42 quilos. Atualmente, está com 54. "Após tomar apevitin, ganhei algum peso, voltei a fazer exercícios e como muito hambúrguer, pois o remédio abre muito o apetite", explica Izabela, que também toma repositores energéticos, shakes e coquetel de maltodextrina.
Atividade física x calorias
Já no caso da bióloga Cibelle Mazzucato, de 26 anos, a dieta hipercalórica não funcionou e a prática de exercícios com alimentação saudável foi imprescindível. "Quando eu estava bem magra, meus triglicérides eram altos", explica a habitante de Maracaju (MS).
Cibelli mede 1,63 m e pesava 43 quilos há dois anos. Após o início da prática de exercícios e de uma nova dieta, a bióloga pulou para 52 quilos, mas ainda deseja ganhar mais três. "A primeira nutricionista que visitei, aos 19 anos, me passou uma muita caloria e eu não dei conta", explica a bióloga.
"Engordei quatro quilos e comecei a acumular gordura no abdome por não fazer atividade física, o que também não me deixou satisfeita", diz Cibelle. "Após me formar, fui a um endocrinologista e passei a comer direito e fazer atividade física."
Desconforto
Deixada em segundo plano na comparação com o debate sobre obesidade, a magreza excessiva também é uma condição capaz de gerar desconforto e pressa para engordar.
"Assim como uma pessoa tem dificuldade para perder peso, o magro também faz dietas malucas, a sensação é a mesma", afirma Izabela. "O que mais perturba é a roupa, as pessoas têm a ideia de que toda roupa cai bem com o magro, mas pernas e braços sempre incomodam."
"Ninguém dá bola ao problema dos magrinhos, mas nunca fui contente em ser a magrelinha da família", diz Cibelli. "Na adolescência a situação foi piorando e na faculdade passei por uma situação constrangedora, não queria mais ir à aula."
Diagnóstico
Para saber se uma pessoa é magra por natureza ou se possui algum distúrbio alimentar ou doença, os médicos solicitam exames de sangue para detectar indícios de anemia, deficiência de vitaminas no corpo, medir níveis de proteína e a qualidade de cabelos, pele, unha e mucosas.
Câncer, doenças intestinais e deficiências como intolerância ao glúten ou à lactose são exemplos de causas para a magreza excessiva.
O Índice de Massa Corporal (IMC), padrão internacional usado para calcular a relação entre altura e massa ideal nas pessoas, também serve como base para identificar casos de obesidade ou magreza em pessoas acima de 18 anos.
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