segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Caminhar devagar não ajuda no controle de peso, diz Harvard
Andar de bicicleta pode ajudar as mulheres na faixa dos 30 e 40 anos a controlar seu peso, de acordo com um novo estudo. Caminhar rápido tem o mesmo efeito para mulheres magras, acima do peso e obesas, descobriram os pesquisadores, mas caminhar devagar, não.
As descobertas se baseiam no segundo Estudo de Saúde das Enfermeiras, de Harvard, que monitora 116.608 enfermeiras que periodicamente preenchem questionários sobre saúde, peso, dieta e comportamento. A nova análise, publicada na edição de 28 de junho do Archives of Internal Medicin, observou mudança de peso e conhecimento de 1989 (quando as enfermeiras tinham entre 25 e 42 anos) a 2005; para isolar os efeitos do exercício, os pesquisadores controlaram outros fatores de risco de obesidade.
Eles descobriram que as mulheres que aumentaram atividades físicas como caminhada rápida e andar de bicicleta em 30 minutos por dia durante o período de 16 anos mantiveram seu peso e até perderam alguns quilos, mas aquelas cujo exercício era caminhada lenta não perderam nenhum peso.
As mulheres que reduziram seu tempo de bicicleta de mais de 15 minutos por dia para menos de 15 minutos ganharam cerca de 2kg, em média. "Não estamos sugerindo que, se você fizer bicicleta durante cinco minutos, imediatamente voltará ao peso que tinha quando tinha 18 anos", disse Anne C. Lusk, pesquisadora da Faculdade de Saúde Pública de Harvard e autora do artigo. "Se fosse verdade, as vendas de bicicletas explodiriam. Mas é altamente sugestivo que andar de bicicleta traz muito benefício às mulheres".
por RONI CARYN RABIN
The New York Times
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Enxaguante bucal especial melhora o desempenho em exercícios, diz experimento
Fonte: Yahoo Noticias
Cientistas que estudam exercícios dizem ter topado com uma descoberta impressionante.
Atletas podem aprimorar seu desempenho em sessões intensas de exercícios, com cerca de uma hora, simplesmente enxaguando a boca com uma solução de carboidrato, como a maltodextrina - um derivado de amido sem sabor - e nem é mesmo preciso engolir o conteúdo para se obter os benefícios. Contudo, devem ser usados carboidratos de verdade, pois foi constado que adoçantes artificiais não surtem efeito.
Como isso funciona
Parece que o cérebro consegue sentir carboidratos na boca, mesmo aqueles sem sabor. Os sensores são diferentes daqueles para o doce, e estimulam o cérebro a responder, incitando o atleta.
Muitos atletas dependem de bebidas açucaradas para mantê-los em movimento, porém, muitas vezes, quando o sangue é desviado do estômago para os músculos trabalhando durante exercícios intensos, bebidas ou alimentos causam cãibras estomacais.
Assim, um enxaguante de carboidratos pode ser uma forma de obter o mesmo efeito.
"Você pode obter vantagem ao enganar seu cérebro", disse um descobridor do efeito, Matt Bridge, professor de ciência de treinamento e esportes na Universidade de Birmingham, na Inglaterra.
"Seu cérebro diz ao corpo: Carboidratos estão a caminho". Com essa mensagem, músculos e nervos se preparam para trabalhar com mais força e por mais tempo.
É um efeito relativamente pequeno, afirmou George A. Brooks, pesquisador de exercícios da Universidade da Califórnia, em Berkeley, que não estava envolvido na pesquisa.
Mas uma pequena diferença, segundo ele, "pode fazer uma enorme diferença numa competição".
Inicio da descoberta
A descoberta teve início com algumas revelações intrigantes, na década de 1990. Até então, cientistas do exercício pensavam saber por que era indicado comer ou beber carboidratos durante um evento de longa duração, como uma maratona.
Os músculos podem usar seu glicogênio, a forma de armazenamento da glicose, durante sessões longas de exercícios. Porém, se os atletas consomem carboidratos, eles podem proporcionar uma nova fonte de combustível para seus músculos famintos. Essa teoria previa que os carboidratos não surtiriam efeito de desempenho em corridas mais curtas, de uma hora ou menos.
Os músculos não conseguiriam esgotar seu glicogênio tão rápido, e quando o corpo metabolizasse os carboidratos pelo combustível, a corrida já estaria quase terminada. Apareceram, então, um punhado de estudos mostrando que os carboidratos davam resultado em sessões mais curtas de exercícios.
Atletas, muitas vezes ciclistas treinados, pedalavam com mais força e velocidade por uma hora após tomarem ou uma bebida contendo carboidratos, ou uma que tinha o mesmo sabor mas continha um adoçante artificial.
Em sessões intensas de exercícios durando mais de meia hora, os atletas eram capazes de atingir maiores velocidades - ou manter o exercício por mais tempo - quando haviam bebido a solução com carboidratos.
Seu desempenho melhorava até 14%.
Alguns estudos, porém, não encontraram nenhum efeito.
E a diferença parecia ser que os atletas com fome demonstravam um desempenho aprimorado e isso, para os pesquisadores, não fazia sentido.
Novas pesquisas
Poderia o corpo, de alguma forma, metabolizar os carboidratos nas bebidas e colocá-los em uso em tão pouco tempo? Será que os músculos chegavam a precisar de carboidratos em sessões tão curtas de exercícios? Asker Jeukendrup, fisiologista de exercícios da Universidade de Birmingham, e colegas, resolveram testar essa ideia.
Eles estavam entre os primeiros pesquisadores a descobrir um efeito de carboidratos em ciclistas pedalando por uma hora, e haviam ficado intrigados a respeito do motivo para isso acontecer.
Assim, eles deram a ciclistas profissionais infusões intravenosas de glicose ou, como grupo de controle, intravenosas de água com sal, antes de pedir-lhes que pedalassem o mais rápido que pudessem por aproximadamente 24 milhas, cerca de uma hora.
A glicose intravenosa significava que os atletas tinham grandes quantidades de açúcar disponível instantaneamente - sem a necessidade de digestão.
Mas isso não teve efeito em seu desempenho Em seguida, tentaram o que parecia ser uma ideia louca.
Eles pediram que os ciclistas fizessem o mesmo percurso, mas que antes enxaguassem a boca com a solução de maltodextrina (ou, como controle, com água).
"Os resultados foram incríveis", escreveram os pesquisadores. Enxaguar a boca com carboidratos surtia o mesmo efeito que bebê-los.
Outros cientistas repetiram o experimento.
Dos ciclistas para os corredores
Um grupo de pesquisadores resolveu aplicar os testes com corredores, pedindo que corressem por 30 minutos ou, em outro estudo, 60 minutos e enxaguar a boca com carboidratos os levava consistentemente a correr mais longe, em comparação com o grupo do placebo.
Jeukendrup e seus colegas continuaram ajustando as condições do estudo.
O que aconteceria, eles perguntaram, se os atletas comessem um desjejum antes de enxaguar a boca com carboidratos, ou de beber uma solução de carboidratos? Assim, descobriram que os carboidratos não surtiam efeito nenhum.
Enquanto isso, neurocientistas descobriram que cérebros de roedores, pelo menos, respondiam a carboidratos em suas bocas independentemente de sua resposta ao doce.
São os carboidratos que importam, e por isso os adoçantes artificiais não estimulam esses caminhos que levam da boca ao cérebro.
Em seguida, Bridge e seus colegas de Birmingham usaram imagens funcionais de ressonância magnética para determinar se a glicose, que tem o sabor doce, teria o mesmo efeito no cérebro que a maltodextrina, de carboidratos sem sabor.
Eles também testaram adoçantes artificiais para comparar.
Os resultados de exames do cérebro confirmaram os resultados do estudo de exercícios: carboidratos ativam áreas do cérebro envolvidas com recompensas e atividade muscular.
Os adoçantes artificiais, não.
Enxágue para todos?
Quanto a aplicação se tornar uma regra para todas as modalidaes esportivas e atletas, Scott J. Montain, pesquisador de exercícios do Instituto de Pesquisa em Medicina Ambiental do Exército dos EUA, acha que isso não é possível. Ele diz que o efeito é real, mas acrescentou que "competidores de resistência se sairão melhor simplesmente consumindo as calorias".
Dessa forma eles obtêm o combustível de verdade, em vez de "bochechar e dispensar um cuspe caro e pegajoso".
Jeukendrup e Bridge, porém, dizem usar eles mesmos o truque do enxaguante bucal.
"Você percebe um benefício", disse Bridge.Mas ele aponta que, num estudo, os atletas não sabem se estão recebendo carboidratos ou não. "Quando você sabe que o está tomando", explicou, "então há uma chance de ocorrer o efeito placebo".
do New York Times News
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
A influência do frio no organismo dos corredores
As baixas temperaturas fazem com que o corpo do corredor fique mais suscetível a sofrer com lesões e até hipotermia. Veja como prevenir-se da influência do inverno durante a prática da atividade física
Para os corredores, o frio não é só um inimigo por instigar em alguns a preguiça, o sono ou até mesmo a gula. Temperaturas baixas também podem ser responsáveis por causar lesões e contraturas, que são os maiores pesadelos dos esportistas.
Preocupação constante de quem pratica uma atividade física, o frio é tratado com muito mais cautela nos países onde as temperaturas baixas são mais recorrentes. Nesses locais, cujos termômetros abaixam do 0°C, os treinos acontecem em ginásios fechados, isolando termicamente os corredores para que não recebam diretamente a temperatura.
“Para um atleta, praticar a corrida no frio extremo, em uma temperatura que não está totalmente adaptado, pode trazer consequências como problemas nas articulações, além de câimbras, entorses e estiramentos”, afirma Raúl Santos de Oliveira, fisioterapeuta, que também enfatiza um dos piores problemas das temperaturas baixas.
“O frio intenso, que ocorre principalmente em outros países, mas dificilmente no Brasil, também pode levar a hipotermia, problema na desregularização da temperatura corporal, caindo para menos de 35ºC, que pode até levar à morte. Por isso, caso for correr em lugares assim, é preciso se adaptar melhor para essas condições”.
Começando a aclimatação
Para quem não está acostumado com certas temperaturas, correr no frio pode ser complicado e a performance pode não ser a esperada. Para que o clima frio passe a ser considerado normal, é preciso que haja um processo denominado “aclimatação”.
“Esse processo é de extrema importância para os corredores, que devem fugir ao máximo das contraturas. A aclimatação deve ocorrer paulatinamente, abaixando a temperatura aos poucos”, explica Rodrigo Lobo, diretor técnico da Lobo Assessoria Esportiva.
Partindo para os treinamentos
Nas temperaturas baixas, o organismo parece sofrer com um tipo de “endurecimento”. Além disso, há uma resistência maior do corpo para a prática do esporte. Isso acontece porque há, no frio, uma redução cardíaca, respiratória e até da pressão arterial. É aí que entra a importância do aquecimento.
“Antes de começar a correr, deve ocorrer um aquecimento e alongamento muito bem feitos”, diz o fisiologista, que acrescenta. “Nas primeiras passadas, é possível começar a correr até com agasalhos, mas estes devem ser retirados com o aumento da temperatura corporal”, salienta.
Além de se preparar bem, algumas vestimentas, dependendo, é claro, da temperatura, não podem faltar. “Dependendo do frio, pode-se usar luvas e toucas, mas a melhor coisa é planejar os treinamentos e tentar inovar para dar mais ânimo, como correr em grupo”, finaliza Lobo.
Orientações
Veja algumas recomendações do National Collegiate Athletic Association para a evitar lesões e hipotermia durante a prática da atividade física em temperaturas baixas:
:: Dieta equilibrada com mais substratos energéticos, como por exemplo carboidratos;
:: Uso de roupas apropriadas e manter-se seco. Várias camadas para estabelecer um melhor aquecimento, evitando materiais como algodão, que retêm a umidade e pode contribuir para uma maior perda de calor;
:: Proteção das mãos e cabeça. Pode haver perda de até 50% do calor pela cabeça;
:: Hidratação adequada;
:: Exercícios de aquecimento e alongamento prévios à atividade física;
:: Ausência de álcool, nicotina e outras drogas. Esses agentes causam vasoconstricção ou vasodilatação (contração dos vasos causando diminuição ou aumento de seus diâmetros) superficial, comprometendo a regulação da temperatura corporal
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Porque algumas dietas não funcionam para todos?
Por: Ian Caetano
O desejo de perder alguns quilinhos já virou rotina na vida de milhares de pessoas, em que diariamente fazem dietas dos mais variados estilos e com teorias mais improváveis possíveis. A maioria das pessoas tentam fazer dietas baseadas no que outras pessoas já fizeram, e que nem sempre dão resultado. A novidade é que essa diferença no resultado, tem explicações biológicas para isso.
De acordo com uma pesquisa publicada pelo periódico Genetics, existe uma interação entre a genética e o tipo de dieta – que depende das características específicas de uma pessoa funcionar. Os cientistas chegaram a essa conclusão ao estudar 146 moscas-das-frutas. Elas foram alimentadas com quatro dietas diferentes: balanceada, com baixa quantidade de caloria, excesso de açúcar e excesso de gordura. A partir disso, os pesquisadores listaram as características metabólicas dos grupos e deram um tipo de alimentação para cada um.
Segundo os resultados, moscas pertencentes a uma linhagem genética demonstraram grande sensibilidade a algumas dietas, com alteração de peso corporal. Mas por outro lado, quando as moscas foram submetidas a dietas sem a preocupação da carga genética que elas possuíam, os resultados não foram satisfatórios e houve pouca alteração do peso.
Cada pessoa no mundo tem uma carga genética diferente, o que leva a cada pessoa reagir de forma diferente para cada alimentação que é ingerida, é necessário começar a mudar o jeito que pensamos, em vez de pensar numa dieta global, igual para todos, deve-se começar a pensar numa alimentação ideal para cada um.
Segundo Laura K. Reed, pesquisadora do Departamento de Genética da North Carolina State University, Estados Unidos, a descoberta pode ajudar a trazer uma outra visão para o tratamento contra a obesidade e diabetes.