sábado, 24 de abril de 2010

Volta da creatina reacende polêmica sobre suplementos

Fonte: O Estado de S. Paulo

Primeiro medicamento de marca com a substância chega às farmácias e Anvisa estuda autorizar a venda de suplemento alimentar à base do produto; medidas despertam preocupações de especialistas sobre riscos do consumo indiscriminado

O primeiro medicamento de marca à base de creatina liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária chegou às farmácias esta semana, reativando uma polêmica que está apenas começando. Isso porque, além de vendida como remédio que precisa de receita, a Anvisa poderá em breve autorizar a comercialização da substância na categoria de suplemento alimentar para atletas, sem exigência de prescrição.

A situação leva especialistas a alertar sobre os riscos do uso indiscriminado da substância. O composto, feito com uma substância natural presente na carne, funciona como transportador de energia para o corpo, mas não traz benefícios a pessoas saudáveis, com alimentação balanceada e que não pratiquem esportes de alto rendimento, segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva. Pelo contrário, a sobrecarga da substância pode trazer até riscos, como problemas renais e hepáticos. Outros especialistas e a indústria do setor discordam.

Vendida sem controle até 1988, a comercialização do produto como alimento para atletas é hoje proibida no Brasil, mas é facilmente encontrada no mercado negro. Segundo a Anvisa, não há estudos definitivos sobre os benefícios do produto nesses casos.

Há um ano, porém, a agência liberou um medicamento de marca para tratar uma doença que causa comprometimento muscular. Antes disso, como remédio, a droga estava disponível apenas em farmácias de manipulação. Os médicos, porém, têm liberdade para a prescrição do produto para outros usos. E a chegada da droga às farmácias comuns pode facilitar sua compra, pois a venda sem receita é regra no País.

Alvará. Em breve, a Anvisa deve decidir se permite ainda que suplementos para atletas tenham a substância, o que permitirá a venda do produto em qualquer estabelecimento com alvará sanitário, sem a exigência da receita. A única exigência seria a exibição de alertas no rótulo de que só devem ser consumidos por atletas. A tendência é Anvisa autorizar o uso, já que a ideia consta de sua própria proposta na consulta pública sobre o tema apresentada em 2008.

Segundo Jomar Souza, presidente eleito da Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva, consenso da entidade do fim de 2009 apontou que a substância pode trazer benefícios a vegetarianos, pessoas com perda muscular pela idade ou doenças e em esportes que exigem potência e explosão, como corrida de 100 metros rasos e halterofilismo. O uso em outras modalidades que exigem resistência, , como futebol, não tem benefícios comprovados, afirma. "Os maiores riscos do uso indiscriminado são os problemas hepáticos e renais causados pela sobrecarga da substância", afirmou. "Porém, a expansão do uso no mercado legal pode ser melhor porque a creatina do mercado negro, muitas vezes, vem misturada com anabolizantes, piores para a saúde."

"O risco, pela literatura, é maior entre os que têm doenças renais na família", diz a nutricionista Lisia Kiehl, do curso de nutrição esportiva da Rede Desportiva de Ensino. O especialista em fisiologia humana Érico Caperuto defende a segurança da substância. "Nenhum estudo comprovou que é prejudicial. O único efeito colateral é o ganho de peso", diz Caperuto, indicado para falar pela indústria do setor.

O ortopedista Paulo Muzy, especializado em fisiologia do exercício, defende um uso até mais amplo, por quem não é esportista profissional. Como praticante de fisioculturismo, Muzy também toma o remédio. "Mas o consumo deve ser orientado por profissionais", alerta.

sábado, 17 de abril de 2010

Novo iogurte previne câncer e doenças coronárias

Fonte: Agência USP de Notícias

Pesquisadores da USP conseguiram produzir um iogurte que previne doenças coronárias, câncer de intestino e cólon, além de diminuir os níveis de colesterol ruim (LDL), prisão de ventre e intolerância à lactose. A bebida previne as doenças porque agrega, além de bactérias típicas de iogurtes, três microorganismos que fazem bem a saúde.

A bebida ainda precisa ser patenteada e não começou a ser fabricada. Ela tem textura e sabor parecidos com o do iogurte comum, necessita dos mesmos cuidados de armazenagem e custa 30% mais caro. Feito com leite desnatado, também é light e fonte de fibras.

“Não existe no mercado um leite fermentado com um coquetel de benefícios tão grandes”, afirma o engenheiro agrônomo Ricardo Pinheiro, que desenvolveu o iogurte durante o seu duplo doutorado, feito na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP e na Universidade de Gênova (Itália).

Iogurtes têm naturalmente as bactérias Streptococcus thermophilus e Lactobacillus bulgaricus, que, juntas, auxiliam quem tem prisão de ventre. Algumas bebidas têm, além dessas, até duas bactérias que, quando administradas vivas e em quantidade adequada, conferem saúde as pessoas (probióticas). O alimento produzido pela USP possui três bactérias probióticas além das comuns a todos iogurtes. Quando elas chegam ao intestino, tomam o espaço e alimento dos microorganismos indesejáveis que lá habitam e os eliminam.

Metabolismo complicado

Para a bebida fazer efeito, é necessário que todos as bactérias cheguem vivas ao intestino – e em uma concentração de 10 a 100 milhões de colônias de organismos por mililitro (ml) de produto. Por isso, a maior dificuldade em fabricar o iogurte foi conseguir que, em um período de 35 dias, as bactérias não matassem umas às outras ao acidificar a bebida e competir por alimento.

“Manter a quantidade apropriada de bactérias é difícil”, diz Pinheiro. “O metabolismo de uma bactéria pode prejudicar outra. As do gênero Bifidobacterium, por exemplo, produzem ácido acético, fatal para os lactobacilos.”

Para contornar essas dificuldades, Pinheiro estudou quais nutrientes cada bactéria necessitava e os produtos que excretava quando estavam sozinhas e em conjunto no leite. Concluiu que a melhor solução era adicionar ao iogurte um açúcar chamado inulina, que é fonte de alimento para as bactérias e impede que algumas “morram de fome”. Outras soluções foram colocar na bebida quantidades maiores dos microorganismos mais frágeis e envolvê-los com uma goma que os impedia de serem danificadas pelo metabolismo dos outros.

Segundo o pesquisador, o resultado agrada. “O produto é funcional e bastante aceitável ao paladar. Ele é mais caro, porém o benefício que traz é maior.”

domingo, 11 de abril de 2010

Sedentarismo é problema entre as crianças de todo o mundo

Fonte: Gazeta Web.com

Um estudo recente da Organização Mundial de Saúde indica que crianças de todo o mundo estão cada vez mais sedentárias - o que ajudaria a explicar a epidemia mundial de obesidade. Partindo da análise de quase 73 mil jovens com idades entre 13 e 15 anos em 34 países, os pesquisadores concluíram que a maioria das crianças não faz a quantidade recomendada de atividades físicas e aproximadamente um terço delas podem ser consideradas sedentárias. E, segundo os autores, não haveria diferenças significativas entre os países ricos e os mais pobres nesse sentido.

Os pesquisadores definiram, como quantidades ideais de atividades físicas, pelo menos uma hora de exercícios - fora da aula de educação física - por, no mínimo, cinco dias na semana. E crianças que passam três ou mais horas assistindo TV ou no computador seriam classificadas como sedentárias.

A partir disso, as análises mostraram que apenas um quarto dos garotos e 15% das meninas tinham níveis adequados de atividades físicas, enquanto um quarto dos meninos e 30% das meninas eram sedentários e não faziam exercícios o suficiente. Em todos os países avaliados, menos na Zâmbia, as meninas eram menos fisicamente ativas do que os meninos; e, em mais da metade dos países, menos de um quarto dos garotos estariam dentro das recomendações de atividades físicas.

O estudo não mostra as razões por trás da falta de atividades físicas em várias nações. Porém os pesquisadores especulam que a urbanização pode ser um fator importante, na medida em que há um acesso quase universal a itens como carro e televisão.

Baseados na pesquisa, os autores destacam que “mesmo com as limitações dos dados, é bem seguro dizer que temos um enorme problema com a inatividade física entre as crianças em idade escolar em torno do globo, e que deveríamos tomar uma atitude”. Nesse sentido, as escolas podem ser determinantes no combate ao sedentarismo, com a adoção de aulas de educação física, e orientando os alunos quanto à importância dos exercícios, além de prover mais espaço para as crianças e incentivá-las a ir para a escola caminhando ou de bicicleta.

sábado, 3 de abril de 2010

Sorriso largo garante vida longa, afirma estudo

Fonte: Portal Terra

Quanto mais largo o sorriso e mais profundos os vincos em volta dos olhos quando se sorri, mais longa será a vida do indivíduo, revela um estudo publicado esta semana na revista Psychological Science. Cientistas chefiados por Ernest Abel, da Universidade Wayne State, em Michigan, estudaram 230 fotos de jogadores da principal liga de beisebol americana que começaram a jogar antes de 1950 e as agruparam de acordo com os tipos de sorriso.

Os jogadores foram classificados segundo os critérios "sem sorriso" - quando apenas olhavam inexpressivamente para a câmera -, "sorriso parcial" - quando o sorriso envolvia apenas os músculos ao redor da boca - ou "sorriso total", quando o sorriso envolvia a boca, os olhos e ambas as bochechas pareciam levantadas.

As fotos foram tiradas do Registro de Beisebol de 1952, uma lista de informações profissionais com dados e estatísticas sobre os jogadores, como ano de nascimento, índice de massa corporal, estado civil e tempo de carreira, os quais refletem a forma física. O volume de estatísticas permitiram aos cientistas controlar outros fatores que poderiam afetar a expectativa de vida dos jogadores.

Entre os jogadores falecidos a partir de 1º de junho do ano passado, os da categoria "sem sorriso" viveram uma média de 72,9 anos, os com "sorriso parcial", 75 anos, e os de "sorriso total" viveram, em média, 79,9 anos, demonstrou o estudo. "Considerando que a intensidade do sorriso reflete uma disposição emocional interna, os resultados deste estudo correspondem aos de outros que demonstram que as emoções têm um vínculo positivo com a saúde mental, física e a longevidade", destacou.

No entanto, não ficou claro para os pesquisadores se os jogadores sorriram espontaneamente ou se o faziam a pedido de algum fotógrafo. De qualquer forma, a proporção de indivíduos com sorriso largo - 23 - foi muito menor a daqueles com sorriso parcial ou sem sorriso (64 e 63, respectivamente), o que indica para os cientistas que mesmo que os sorrisos tenham atendido a um pedido, sua intensidade refletiu a "disposição geral interna" do jogador.