segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Estudo associa exercícios físicos a maior inteligência
O condicionamento dos avaliados foi aferido por testes ergométricos. Aqueles que apresentavam melhores condições também se saíram melhor em testes de QI, especialmente nas áreas de compreensão verbal e pensamento lógico.
Para excluírem variáveis que pudessem influenciar os resultados, os pesquisadores consideraram o nível educacional dos pais e avaliaram as relações entre irmãos (gêmeos ou não).
"O mérito desse estudo é a informação de que os exercícios aeróbicos podem colocar a pessoa em outro patamar. Imagine se ela sai de um nível mais alto de cognição na juventude: essa reserva poderá adiar a manifestação das perdas cognitivas da terceira idade", afirma o neurologista Li Li Min, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Segundo Min, estudos com animais já apontaram que as atividades alteram a estrutura do cérebro e estimulam o desenvolvimento de novos neurônios, favorecendo a plasticidade cerebral (capacidade de o cérebro se adaptar a situações).
Pesquisas em andamento do Grupo de Neurofisiologia do Exercício da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) também mostram que exercícios aeróbicos elevam os fatores neurotróficos (de crescimento dos neurônios). Isso provoca um aumento no número de neurônios e o contato entre essas células, facilitando a transmissão de informações.
"Não dá para dizer que o indivíduo fica mais inteligente, mas sim que há uma melhora na cognição. Do contrário, todos os atletas profissionais seriam um Einstein", pondera o neurofisiologista Ricardo Mário Arida, professor da Unifesp.
Para os pesquisadores, somente exercícios aeróbicos tiveram relação com melhores resultados em testes cognitivos porque provocam maior oxigenação do cérebro, causada por um melhor condicionamento cardiopulmonar. Atividades de força, como musculação, não demonstraram o mesmo efeito.
Eles também compararam os resultados dos testes ergométricos com as condições socioeconômicas desses homens na meia-idade. Os mais condicionados tiveram mais chances de ter um nível educacional mais alto e empregos melhores.
"Políticas públicas de atividades que melhorem o condicionamento cardiovascular não promovem só a saúde física mas também a saúde mental, cognitiva. O custo é baixíssimo e pode resultar em mais pessoas com melhor nível educacional, buscando profissões melhores", defende Min.
domingo, 17 de janeiro de 2010
Exercícios de musculação melhoram andar de mulheres idosas
Fonte: Agência USP de Notícias
A prática da musculação faz com que o andar de mulheres idosas fique mais parecido com o das jovens. Os resultados de um estudo que foi recentemente publicado na revista britânica Clinical Biomechanics pode, provavelmente, valer também para homens. A pesquisa envolveu 14 mulheres com idade média de 61 anos. Elas melhoraram aspectos do andar relacionados ao risco de quedas, como a distância do dedão do pé ao chão. O professor Carlos Ugrinowitsch, da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, foi um dos orientadores do estudo de mestrado da fisioterapeuta Leslie Persche, realizado na Universidade Federal do Paraná (UFPR), e fez a maior parte das análises estatísticas. Leslie também foi orientada por André Rodacki, da UFPR e também recebeu a colaboração Gleber Pereira, da Universidade Positivo. A pesquisa originou o projeto Efeitos de diferentes programas de atividade física em parâmetros relacionados ao risco de queda em idosos. A iniciativa une pesquisadores da USP, UFPR e Universidade Cruzeiro do Sul, e faz parte do Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (PROCAD), que tem o objetivo de formar recursos humanos altamente qualificados.
Queda na velhiceNa velhice, o risco de quedas aumenta porque a pessoa passa a ter dificuldades de integrar as informações dos órgãos dos sentidos e perde muito da massa muscular. A perda, mais acentuadas nos músculos que controlam a postura, começa aos 30 anos, mas passa a ter efeitos sérios depois dos 60. Os músculos são formados por fibras tipo 1 e 2. Com o envelhecimento, o corpo perde as fibras tipo 2, que se contraem mais rapidamente, geram mais força e resistem menos à fadiga. Sobram as fibras tipo 1, com características opostas. A gordura ocupa o lugar dos músculos. As 14 mulheres avaliadas na pesquisa fizeram musculação três vezes por semana, durante quatro meses, com aumento gradual dos pesos. Antes e depois do período de treinos, os pesquisadores filmaram as mulheres andando e usaram um programa de computador para descrever as alterações nos seus movimentos. O treinamento de força nas mulheres reverteu as mudanças da marcha relacionadas à idade. Elas conseguiram andar mais rápido e dar passos mais largos. As idosas também conseguiram dar passos elevando mais os pés do chão, o que diminuiu os tropeços. As passadas tinham uma freqüência média semelhante a de mulheres jovens. “A musculação provavelmente aumentou a força e a velocidade das fibras tipo 1 restantes”, explica Ugrinowitsch.
Passo senilO fortalecimento causou uma melhora no andar, mesmo que os participantes não tenham aprendido técnicas para isso. Segundo Ugrinowitsch, o resultado contraria a idéia de alguns especialistas da área. Eles acreditavam que os idosos começavam a andar em um padrão senil de forma consciente, depois que se sentiam mais fracos. No Brasil, 30% dos idosos caem ao menos uma vez no ano, segundo dados de 2001, divulgados pelo Conselho Federal de Medicina. As quedas estão entre as causas de 12% de todas as mortes de idosos. Naqueles que são hospitalizados em decorrência de uma queda, o risco de morte depois da hospitalização varia de 15% a 50%. Além de melhorar o caminhar de idosos a musculação traz benefícios gerais para o corpo. Para começar a praticá-la, é necessário que o idoso faça um exame médico que avalie a situação do coração e vasos sanguíneos. É imprescindível procurar orientação de um profissional de educação física.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Pessoas que bebem café têm menos chances de desenvolver diabetes
Poderia ser uma xícara sem fundo. Bebedores de café e chá têm menos chances de desenvolver diabetes tipo 2 do que os não bebedores.Os que bebem de três a quatro xícaras por dia apresentam riscos 25% menores do que os que bebem menos de duas xícaras, descobriu uma grande análise. Não importa se as bebidas possuem cafeína ou não, diz o estudo, publicado no "The Archives of Internal Medicine".A análise não prova que beber café ou chá reduz o risco da chamada diabetes mellitus tipo 2, mas não é o primeiro estudo a relatar tal ligação. Ele vai mais fundo que outros estudos, descobrindo que, para o café com cafeína, o risco caía de 5 a 10% a cada xícara adicional consumida --o que, segundo os pesquisadores, sugere uma relação causal.Aqueles que bebem mais de seis xícaras de café por dia tinham riscos 40% menores de diabetes do que os não bebedores; o número para os que bebiam menos de uma xícara por dia era apenas 4%.Alguns estudos indicaram que componentes químicos do chá e do café podem ter efeitos benéficos no metabolismo da glicose e na sensibilidade de insulina, mas as evidências são misturadas."A cafeína não pode ser a resposta, pois você vê o mesmo tipo de reação geral para diabetes com café comum e descafeinado", afirmou o principal autor do estudo, Mark Woodward, professor do Centro de Medicina de Mount Sinai, em Nova York.